Move Cultura

\’Quando estou aqui, é só alegria\’, diz aluna do Hábil Idade

Missão cumprida. Esse é o sentimento da Associação Move Cultura com a conclusão da primeira etapa do projeto Hábil Idade, que tem movimentado a vida dos idosos de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. As oficinas de História de Vida, ministradas por Andreza Coutinho e Glauce Leonel, foram importantes para a interação dos participantes e construção de uma identidade deles com a cidade.

Agora, as turmas, espalhadas pelas oito regionais do município, já estão aprendendo a trabalhar com computadores e smartphones, sob a coordenação de Nilson Rocha, e, na sequência, vão mergulhar na oficina de fotografia e vídeo. Na última etapa, haverá a apresentação de um espetáculo teatral, que já está sendo construído pelos próprios idosos.

“Nos encontros da oficina de História de Vida, trabalhamos a consciência corporal, ativando a memória e a percepção dos idosos”, explicou Glauce Leonel, destacando que as dinâmicas em grupo foram essenciais para o melhor desenvolvimento das atividades teatrais. A educadora física e professora de teatro, a propósito, é uma das orientadoras das aulas de artes cênicas, que seguem a todo vapor.

E essa interação entre os participantes, segundo Maria da Conceição, de 68 anos, é um dos pontos altos das oficinas. “Eu até troquei o psicólogo pelo teatro. Melhorei muito. Minha terapeuta me deu alta”, confessou a aluna das oficinas do projeto Hábil Idade, que não perde uma aula na turma do bairro Eldorado.

Para Andreza Coutinho, o diálogo proposto nas oficinas de História de Vida foi um mergulho no passado e na trajetória de indivíduos que estão com no mínimo seis décadas de existência. “Foi interessante descobrir as histórias dessas pessoas. Muita gente não nasceu em Contagem, então vamos desvendando o motivo pelo qual elas vieram para cá, quando chegaram e, neste ambiente, elas se sentem à vontade para interagir, conversar”, contou a orientadora. “Quando a gente busca resgatar a identidade dos idosos, trazemos à memória o significado do nome, a origem, e percebemos que a autoestima de cada um deles vai sendo elevada”, completou Glauce.

E até os idosos mais tímidos, aqueles que ficavam contidos em meio aos companheiros, foram se soltando a cada novo encontro. No fim da primeira etapa do Hábil Idade, o fato de se reconhecerem uns nos outros, de terem momentos semelhantes de lutas e glórias, criou um laço de segurança, de afetividade e de confiança. “Quando estou aqui, eu não penso em mais nada, é só alegria”, garantiu dona Dalva, que completará 73 anos no próximo mês.

Ultimos posts