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Você sabia? O bairro Eldorado, em Contagem, já teve uma lagoa!

O sexto episódio da série documental “Contagem do Tempo: Histórias e Memórias de uma Cidade”, que vem visitando o passado do município de Contagem, localizado na região metropolitana de Belo Horizonte, retrata a Lagoa que existia no bairro Eldorado, hoje o polo econômico da cidade. O local, a propósito, foi muito frequentado entre as décadas de 60 e 70 e atraía pessoas de outras regiões, como os moradores do Barreiro.

No novo capítulo, a equipe da Associação Move Cultura ouviu os relatos de Emerenciana Bonifácio, Ricardo Carvalho e Vicente Bonifácio, moradores do bairro Eldorado que relembram com carinho da Lagoa e também de outros espaços da região. “A lagoa era um ponto turístico do bairro, um lugar de diversão que atraía gente de outras regiões. E tinha ainda um campo de futebol, onde hoje é o Big Shopping”, lembra dona Emerenciana. “Eu acompanhei toda a modificação. Quando terminaram de aterrar a lagoa, ela estava com 50% da capacidade”, completa Vicente.

Para Ricardo Carvalho, que foi gerente do Parque Ecológico do Bairro Eldorado entre 2005 e 2011, um espaço verde preservado e onde ainda há nascentes, daqui algumas décadas o Eldorado será irreconhecível, principalmente por conta da verticalização. “Progresso em que o meio-ambiente não é respeitado, não é progresso: é destruição”, dispara ele, lembrando que o Eldorado foi fundado por um grupo de empresários cariocas, que, após sobrevoar a região, apostou as fichas no loteamento.

Série
No dia 18 de março de 2020, o primeiro episódio de “Contagem do Tempo: Histórias e Memórias de uma Cidade” foi disponibilizado no canal da Move Cultura no YouTube. O capítulo mostrou a Casa de Cacos, ainda jogada às traças.

O projeto cinematográfico retratou ainda a Capela Imaculada Conceição, a Estação Bernardo Monteiro, o Parque Fernão Dias e a Fundação de Contagem.

De acordo com Rafael Aquino, coordenador do filme documental, registrar esses espaços, ouvindo os moradores da cidade, é a única maneira de imortalizar a história de Contagem. “Infelizmente, a falta de políticas públicas de preservação do patrimônio material, ao longo dos últimos anos, impossibilitou que esses espaços ainda estivessem vivos. Claro, com exceção da Estação do Bernardo Monteiro, que, após muita luta, foi reformada. Então, a nossa missão enquanto gestores culturais e mobilizadores é resgatar e registrar essas histórias para as próximas gerações”, disse ele.

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